quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

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Quase dois meses depois de ter iniciado esta minha aventura muito há para contar, mas algumas situações não vou poder partilhar aqui.
Já me senti mais feliz do que agora. Já me arrependi um trilião de vezes de ter tomado esta decisão. Por tudo. Pela vida que tinha, pela independência que não ganhei totalmente, pela privacidade que começou a ser partilhada, pelo sorriso que muitas vezes me foge do rosto. Muitas vezes apetece-me desistir mas sei que não posso. Ou melhor, não devo! Dizer que temos dois braços e duas pernas para rumar a outro destino não passa de uma expressão figurada de quem não quer dar parte fraca.
Faltam-me os momentos com o meu Bi que agora anda entre a casa da avó e apenas uma ou outra noite comigo. Tenho saudades tuas, bebé. Prometo que um dia vamos ficar bem juntinhos e que te vou compensar desta minha ausência.
Vale-me os telefonemas e as visitas de amigos, sempre reconfortantes!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

A minha nova vida

Fizemos a viagem no dia 6 de Novembro, um dia antes de fazer 31 anos. Quase em silêncio. Para trás ficou uma casa que muito desejei, decorada com gosto e algum esforço. Ficou o nosso quarto, o nosso sofá, o quarto do nosso Bi onde ele tanto gostava de brincar. Ficaram também os nossos fins de semana de puro descanso. Ficaram alguns amigos e a tristeza sincera que deixaram transparecer no rosto, fez-nos acreditar que ainda há quem goste mesmo de nós. São aqueles que raramente estão presentes fisicamente mas para os quais basta um telefonema e deixam tudo para nos apoiar. A esses o meu muito obrigado.
O que encontrámos aqui não foi surpresa nenhuma. Sabíamos que não íamos ter as condições a que nos habituámos, nem a nossa privacidade. Mas tal como sempre esperei, tudo se consegue ultrapassar.
Já fugi para um canto só para não gritar com tudo e todos. Já peguei no carro em direcção a lado nenhum. Mas volto sempre, porque é aqui o meu lugar.
O nosso projecto está bonito e tem tido sucesso. Com tanta coisa má que ouvimos, nunca pensei que a adesão fosse tão grande.
Começo a trabalhar às 07h30 e chego a casa por volta das 02h00, mas sei que aqui mando eu. Sei que isto é meu. Sei o que tenho para pagar e quanto vou receber. Tenho o respeito de todos. Mas também tenho de engolir muitos sapos... e estou a perceber que com o tempo chego lá... ;)

Tenho saudades de muita coisa, apetece-me tudo e nada, mas acima de tudo voltei aqui para dizer que estou realmente feliz.

Um Feliz Natal para todos e deixo-vos um conselho para 2009: "Se vos apetece mudar de vida façam-no e pronto".

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Sem regresso

Aos 30 dá-me vontade de começar do zero e dar aos meus tudo o que possam ter perdido. Porque aqui não há perspectivas. Porque aqui passas horas, dias, meses a trabalhar e nada te estimula para quereres fazer melhor. Porque aqui tens pouco ou nenhum valor. És mais um no trânsito, nas filas do supermercado ou no Centro de Emprego. Porque com muito esforço vou-me refazer e encontrar em cada obstáculo um ponto de partida, para que possa gritar ao mundo que estou viva e de saúde.
Atrás de mim ficará sempre o passado. O bom e o mau que ele me deu. Sei que fiz por merecê-lo.


Estou de partida para aqui e espero não regressar.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Velha infância

Liguei o rádio esta manhã e ouvi isto. Pensei que me tinha enganado mas era, afinal, uma rábula.

Depois de por breves segundos pensar que estava perante um som ridículo, recuei imediatamente uns bons anos e lembrei-me dos meus 8/9 anos.
Esta música foi, digamos que "a banda sonora" de um teatro de catequese no qual participei. Não me consigo lembrar de mais nada a não ser da música, do facto de existir um sapateiro e de eu ser uma das suas clientes.
A catequista Fátima (só podia) era uma jovem que tinha namorado e isso fazia-me espécie. "Então mas ela não pode ter namorado. Ela é freira!", pensava eu. Mas também nunca ninguém me explicou e eu continuei com esta ideia até descobrir que todos são filhos de Deus. Soube mais tarde que sofreu um grande desgosto de amor e acabou mesmo por se render ao mosteiro...
A sala das aulas era fria e o espaço cheirava a velas ardidas. Havia uma mesa castanha rectangular ao centro. De lá, lembro-me de olhar pela janela grande e ver as restantes salas dispostas em U e o pequeno jardim no centro. Foi aí que registei as fotos da primeira comunhão. Linda, num vestido branco de bordado inglês, qual anjnho!
Terminadas as aulas, passávamos pelo enorme salão onde se impunham gritos estridentes de maneira a que fizesse eco e daí saíamos a correr para não sermos apanhados... Como se os acólitos lá do sítio não soubessem!!
A próxima paragem era na pastelaria do Sr. Miguel onde comprava uma tijelada ou uma bolema, sempre! Íamos depois para o largo da igreja onde se via, e vê, passar toda a gente...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Coisas de adultos

Semanalmente, ou quando calha, o chefe deixa-me na secretária os comprovativos de algumas despesas que faz para que eu as possa contabilizar. Já me apareceu de tudo. Talões de pequeno almoço, almoço, dormidas, pastilhas trident, lápis de cera (???)...

A última despesa foi numa loja ali para os lados do Conde Redondo e que se designa por... como se diz... Sex Shop, é isso!

A saber:

Negros Vs Cuzões Brancos
Menages Devassos
Joint Latex Developpeur
Retard 907 25ml
Sex Control Delay Cream
Preservatifs Lubrix


53.20€ a incluir no IVA do trimestre passado.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Dia do pijama

Foi ontem. Esteve um dia de fazer inveja a qualquer Katrina e nós rendemo-nos ao "vale de lençóis". E que bem que soube. Ao tempo que não fazíamos isto e eu recordei os Domingos passados cheios de celebrações e de um cansaço feliz.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A mais velha receita do mundo

O Bi chegou à fase dos palavrões. Porque este ano os amiguinhos estão maiores e, por isso, mais espevitados. Ou então só mesmo porque acha piada. Eu é que já não estou a achar muita graça a certas palavras. Qualquer situação é pretexto para dar a conhecer o reportório. Explico-lhe que são palavras feias e ele repete a minha explicação mas... continua! Finjo que não estou a ouvir, dou-lhe um raspanete mais sério e chega a levar umas palmadas mas... continua!
Até o pseudo super educativo Ruca (que ele tanto gosta) se sai com um episódio em que acha divertido andar a chamar nomes às pessoas. E logo num dia em que me tinha chateado a sério. Parecia que tinha ganho uma nova força: "Vês mãe, vês? O Ruca disse palavras feias".
Mas está tudo contra mim, ou quê?

Até que há pouco tempo me lembrei de alguns avisos do meu pai e mesmo da minha avó: "Olha, voltas a dizer isso e ponho-te uma malagueta na boca".

Será que ia resultar?